Esta semana, uma matéria da agência de notícias Associated Press teve grande repercussão no mundo, sendo reproduzida em centenas de jornais e traduzida em diversas línguas. A denúncia mostrava como a comunidade islâmica estava sendo sufocada pelo governo chinês, que prende milhares de muçulmanos em “campos de reprogramação”, onde são obrigados a comer porco e tomar álcool – coisas proibidas pela Alcorão. Também são espancados, torturados e forçados a renunciar sua fé caso queiram ser libertados.
Essa “reprogramação”, com sede na província de Zhejiang, leste da China, faz parte da imposição do ideal comunista, ateísta em sua essência, sobre a população chinesa. Contudo, a Associated Press ignorouque os muçulmanos não são o único grupo religioso sendo obrigado a negar sua fé.
A missão evangélica China Aid, que denuncia as violações de direitos humanos dos chineses constantemente, revela que está em curso uma tentativa de ‘eliminação dos cristãos’. Todas as reuniões nas igrejas e nas casas estão proibidas, e os fiéis estão sendo forçados a negar sua fé em Jesus Cristo.
“A polícia geralmente aparece e diz que quer realizar uma inspeção de segurança contra incêndios. Eles vagam pela igreja e apontam arbitrariamente que algumas coisas não seguem aos padrões”, compartilhou um cristão que por razões de segurança se identifica apenas como Li. “Então, eles usam isso para fechar o local”, lamenta.
Outro cristão, identificado como Zhu, disse que as autoridades do governo estão fechando todas as igrejas “não oficiais”. “O governo vai banir você, não importa o que aconteça. Não fazemos mais reuniões com muita gente, preferimos reunir poucas pessoas em suas próprias casas, mudando de lugar de vez em quando “, revela.
Ao mesmo tempo, as crianças estão sendo interrogadas por seus professores sobre as crenças religiosas de suas famílias. “Primeiro, eles descobrem se os pais são católicos ou evangélicos. Então, registram os nomes, endereços residenciais e seus locais de trabalho. Um funcionário do governo vai até lá e exige que renunciem a sua crença religiosa se quiserem que os filhos continuem estudando”, testemunha outro cristão, que pede o anonimato.
De fato, muitos fiéis são alvos de seus superiores, nos seus locais de trabalho. Os que permanecem religiosos, podem ter os salários diminuídos na tentativa de evitar que continuem frequentando a igreja.
A fé vem primeiro
Wenzhou, a capital da província, que já foi conhecida como “a Jerusalém da China” devido à sua grande comunidade cristã, tem sido o alvo primordial do Partido Comunista ateu, que proibiu recentemente que crianças frequentem a Escola Bíblica Dominical.Mesmo assim, muitos cristãos se comprometeram a continuar ensinando seus filhos sobre a Bíblia em casa.
“Em minha casa, a fé vem primeiro e as notas ficam em segundo lugar”, disse uma mãe, apelidada de Chen. Para ela, é importante que as crianças frequentem as aulas bíblicas, pois a educação estatal não fornece orientação moral e espiritual.
“Drogas, pornografia, jogos de azar e violência são sérios problemas entre a juventude de hoje”, disse ela à Reuters. “Não podemos estar ao lado deles o tempo todo, então somente através dos princípios da fé eles vão aprender qual a coisa certa a fazer”.
Espalhados por cidades de todo o país, calcula-se os “campos de reprogramação” sejam pelo menos uma centena. O assunto já se tornou alvo de investigações de países como os Estados Unidos, que criou inclusive uma comissão para apurar o assunto. Até o momento, as autoridades chinesas preferem manter o silêncio e se recusam a dar declarações. Com informações de China Aid
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