CONFERENCIA DA ONU SOBRE RACISMO OU PALANQUE PARA ANTISSEMITISMO?

30-10-2012 20:21

Declarações Sobre a Conferência Durban II

"Conferência da ONU sobre Racismo" ou palanque para o antissemitismo?

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Mahmoud Ahmadinejad em seu discurso.

 

Documento da “Conferência Mundial sobre o Racismo” é aprovado por consenso - Mais de 150 países, entre eles o Irã, aprovaram uma declaração da ONU que pede o combate mundial à intolerância e à xenofobia. A versão final do texto da "Conferência Mundial sobre o Racismo" foi adotado por consenso após dias de negociações. A aprovação ocorreu depois que os países islâmicos cederam em suas exigências e concordaram com um parágrafo que diz: "o Holocausto jamais deve ser esquecido". De acordo com Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, "o documento é muito equilibrado e estabelece um marco concreto de ação em uma campanha global na busca da justiça para as vítimas do racismo no mundo". Leia na íntegra o rascunho do texto aprovado (em inglês).

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU - "Lamento a utilização desta plataforma pelo presidente iraniano para fazer acusações, dividir e mesmo provocar. É profundamente lamentável que meu apelo para que olhássemos para um futuro de unidade não tenha sido ouvido pelo presidente iraniano. Antes do discurso, tive um longo encontro com o presidente Ahmadinejad e pedi que ele desse uma contribuição balanceada e construtiva à conferência, porque ele era o único chefe de Estado presente". Neste encontro, de 75 minutos, Ban Ki-moon lembrou ao líder iraniano que a ONU aprovou várias resoluções "que eliminam a equação de sionismo com racismo e reafirmam os fatos históricos do Holocausto".

Vaticano - A decisão do papa Bento XVI de enviar uma delegação do Vaticano à conferência provocou nova ruptura nas relações com grupos judaicos. "Com sua participação, o Vaticano deu seu endosso ao que foi preparado contra Israel", afirmou o rabino-chefe de Roma, Riccardi Di Segni, ao jornal italiano La Stampa. Já Shimon Samuels, diretor do escritório europeu do Centro Simon Wiesenthal, disse que o Vaticano "está dando o selo de sua aprovação à campanha de ódio" contra Israel. "Não é uma posição sobre a qual seja possível transigir. Não é possível ficar em cima do muro. O Vaticano é uma voz poderosa, e um boicote dele teria tido efeito demonstrativo poderoso".

Delegados europeu se retiram da "Conferência da ONU sobre Racismo" em protesto contra as palavras do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

 

Elie Wiesel, “Prêmio Nobel da Paz” e sobrevivente do Holocausto - "O fato de que esta pessoa seja convidada à ONU é algo que não posso compreender. Por que ele teve permissão para dizer o que disse, por que o presidente não o interrompeu, é algo que não compreendo. A presença de Ahmadinejad e seu discurso foram um insulto a nossa inteligência, um insulto a nossa sensibilidade e um insulto a nossa memória. Aqui estamos nas Nações Unidas, uma organização criada como uma resposta às atrocidades da II Guerra Mundial, e temos que protestar contra um discurso antissemita". Para Wiesel, Ahmadinejad insiste com os comentários contra Israel porque "deseja entrar para a história do Islã como o primeiro e único líder islâmico que aniquilou o povo judeu. Ele é uma vergonha para todo o mundo, a diplomacia, as relações internacionais e para os que ainda acreditam nas pessoas".

Reuven Rivlin, presidente do Parlamento israelense (Knesset) - "O ódio expressado pelo presidente do Irã é uma advertência a toda humanidade: corremos o perigo de ver a repetição do Holocausto e isso será causado por pessoas como Mahmoud Ahamdinejad. Desta vez ele usa barba e fala persa, mas suas palavras são as mesmas, as aspirações são as mesmas e a determinação de buscar armas para alcançar essas ideias tem a mesma ameaçadora determinação".

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel - "Não vamos tolerar que aqueles que negam o Holocausto realizem um novo massacre contra o povo judeu. Essa é a tarefa mais importante dos que estão em Israel e é minha tarefa mais importante como primeiro-ministro".

Silvan Shalom, vice-primeiro-ministro de Israel - "O que o Irã trata de fazer atualmente é o que Hitler fez com o povo judeu há 65 anos. Com os seus mísseis de longo alcance, o Irã pode atacar Londres, Paris, Berlim, Roma e o sul da Rússia".

Avigdor Liberman, ministro das Relações Exteriores de Israel - “Israel decidiu boicotar a conferência internacional que supostamente deveria promover a luta contra o racismo, realizada em Genebra, porque chegou à triste conclusão que, ao invés de tratar de questões relacionadas à luta internacional contra o racismo e a xenofobia, a conferência será mais uma vez usada para denegrir e criticar Israel. Este foi o caso da primeira conferência de Durban em 2001, durante a qual as questões relevantes na agenda internacional foram ignoradas em favor dos ferrenhos ataques contra o Estado de Israel. Uma conferência internacional na qual Ahmadinejad - um racista conhecido por sua constante pregação contra a destruição de Israel - não é apenas convidado a participar, mas é recebido como um dos principais palestrantes, demonstra claramente os objetivos e caráter verdadeiro da conferência. Israel não pode ignorar o fato de que a conferência, que está recebendo alguém que nega constantemente o Holocausto está acontecendo no mesmo dia em que milhões de judeus se recordam das seis milhões de vítimas do Holocausto, assassinados na Europa pela Alemanha nazista e seus seguidores. O Estado de Israel expressa sua gratidão àqueles países que já anunciaram o boicote à conferência de hipocrisia realizada em Genebra, e conclama à outros países a seguirem seu exemplo”.

Jack Terpins, presidente do Congresso Judaico Latino Americano  “Alguns repudiaram as declarações de Ahmadinejad, mas nos surpreende enormemente a passividade de determinados países. O fato lembra o início do nazismo na Alemanha. Esperamos que ainda emitam sua voz embora já devessem ter feito”.

Governo brasileiro - A delegação brasileira está sendo liderada na “Conferência Mundial sobre o Racismo” pelo ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos. Segundo a Secretaria, o ministro e o restante da delegação brasileira permaneceram no recinto durante o discurso de Ahmadinejad sem, no entanto, "fazer nenhuma menção negativa ou positiva" em relação às palavras do presidente iraniano. Porém, ontem (dia 21 de abril), Edson Santos afirmou: "Ahmadinejad esteve aqui com um discurso agressivo, de intolerância, que não reconhece fatos históricos condenados pela Humanidade, a saber, o Holocausto". Ele também criticou o boicote de alguns países ao encontro: "acho inconcebível a postura intransigente e intolerante de determinados países evidentemente liderados por Israel e pelos EUA". Já o Itamaraty emitiu a seguinte nota oficial: “O Brasil atribui grande importância à “Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial”, que ocorre em Genebra entre 20 e 24 de abril. Para alcançar os objetivos da conferência, o engajamento de todos no diálogo internacional é crucial. O governo brasileiro tomou conhecimento, com particular preocupação, do discurso do presidente iraniano que, entre outros aspectos, diminui a importância de acontecimentos trágicos e historicamente comprovados, como o Holocausto. O governo brasileiro considera que manifestações dessa natureza prejudicam o clima de diálogo e entendimento necessário ao tratamento internacional da questão da discriminação. O governo brasileiro aproveitará a visita do presidente Ahmadinejad, prevista para o dia 06 de maio, para reiterar ao governo iraniano suas opiniões sobre esses temas”.

Cláudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil/Conib – “A Confederação Israelita do Brasil repudia veementemente o discurso feito nesta segunda-feira pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que usou uma tribuna das Nações Unidas para atacar, de forma inaceitável, o Estado de Israel, criado em 1948 a partir de uma decisão da própria ONU. Com sua retórica beligerante, o dirigente iraniano evidenciou mais uma vez a face de um regime notório por suas ações para a desestabilização do Oriente Médio e pela sistemática violação de direitos humanos perpetrada pelo regime de Teerã. Interessado em semear a intolerância, Mahmoud Ahmadinejad ignorou apelos do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que havia pedido ao presidente iraniano moderação em seu discurso. Há poucos dias, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também tinha sinalizado sua disposição em dialogar com Teerã, o que levou observadores mais otimistas a apostarem na possibilidade de o Irã responder a esses apelos com um novo rumo em sua relação com os países ocidentais. Mahmoud Ahmadinejad, que já manifestou o desejo de “varrer Israel do mapa” e negou a existência do Holocausto, responde agora a ofertas de diálogo com mais intolerância e agressividade. Seu discurso na segunda-feira provocou a saída de dezenas de diplomatas, boa parte deles de países da União Européia, do recinto em Genebra onde se realizava a sessão da conferência da ONU. O presidente do Irã, mais uma vez, voltou a provocar a comunidade internacional. Sua atuação não representa uma ameaça apenas a Israel, mas a todas as nações comprometidas com a democracia. No caso do programa nuclear iraniano, Teerã já ignora três rodadas de sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU e leva adiante suas ambições atômicas. É inaceitável o descaso com que o presidente do Irã trata uma instituição como a ONU e toda a comunidade internacional. Mahmoud Ahmadinejad despreza o diálogo e a democracia, dois ingredientes fundamentais para a busca da paz, da justiça e da segurança nos dias de hoje. Acreditamos ainda que a visita de Ahmadinejad ao Brasil, prevista para maio, não responde aos interesses da construção da democracia em nosso país e tampouco envia a sinalização correta a um líder que, em vez de priorizar o diálogo, cultiva o confronto. Repudiamos a eventual presença de Ahmadinejad no solo de um país como o nosso, democrático e hospitaleiro, que acolheu tantos sobreviventes do Holocausto. Esperamos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com seu histórico de comprometimento com a democracia e com os direitos humanos, não permita que o presidente do Irã acredite ter um aliado em Brasília”. (extraído de www.jornalalef.com.br)

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