PURIM

05-03-2015 11:15

PURIM

Purim é a época de carnaval no ano judaico. Assim como o jejum e as orações judaicas têm uma caraterística distinta, assim também há um sabor especial em seu regozijo. Esta festa anual é uma alegria derivada de uma das mais pavorosas e graves situações ocorridas na história judaica.

Ela comemora a virada de mesa contra o mais poderoso e malicioso antissemita que o mundo antigo conheceu. É um respiro histórico de alívio de que Pur, as sortes que Haman (que seu nome seja apagado) escolheu cinicamente para o dia de nossa destruição, acabou se revelando o dia de sua destruição. Este dia, 14 de Adar, é um misto de alívio abençoado, um toque de vingança, um pouco de temor e uma vaga descrença de que os dias de luto antecipados poderiam acabar se transformando diante de nosso olhos em dias de regozijo. “E foi invertido” – diz a Bíblia.

Esta inversão é expressa a cada ano pela rápida alternação de jejum e festa nos dias 13 e 14 do mês de Adar. O dia anterior a Purim é um dia de jejum, mas um jejum menor, observado apenas entre o nascer e o pôr-do-sol, denominado Taanit Ester (Jejum de Ester). Segundo o Livro de Ester, foi neste dia que Haman (que seu nome seja apagado), o primeiro-ministro da Pérsia, havia designado para o assassinato de todos os judeus do Reino Persa de Ahashverosh. A Rainha Ester, que era judia, convocou todos os judeus a jejuar junto com ela e, assim, evitou o mau decreto. (Um motivo adicional é que o jejum era para orar pelo sucesso do contra-ataque dos judeus.) O Jejum de Purim foi no dia em que os judeus “viraram a mesa” contra Haman (que seu nome seja apagado) e ele foi enforcado e seus comparsas destruídos. A celebração de Purim é definida pela observância de quatro Mitsvót especiais.


As Quatro Mitsvót de Purim


A MEGUILÁ

Enquanto Chanucá é mencionada apenas de passagem pelo Talmud, Purim tem um tratado inteiro, chamado Meguilá, dedicado a ela – onde se detalham as Mitsvót deste dia, principalmente a obrigação de ler o Livro de Ester, a Meguilá.

Na Noite de Purim e no serviço religioso do dia seguinte, a “Meguilá (ou pergaminho) de Ester” ou, como o Talmud a denomina, “A Meguilá”, é lida e cantada com um tom expansivo e alegre, adequado para a narração da história de Purim.

A Meguilá é geralmente lida numa sinagoga lotada, mas com um toque de preocupação. É preciso fazer um ajuste fino entre as exigências da Halachá e as das multidões de pessoas. A lei exige que cada palavra da Meguilá seja escutada atentamente; a multidão também exige que seja mantido o costume de que, a cada vez que se menciona Haman, o seu nome seja “apagado”, afogado pelo barulho de matracas, batidas de pés, vaias, trombetas ocasionais, sirenes de polícia ou tambores. A leitura da Meguilá é um acontecimento – seu sucesso é julgado pela comunidade com base no volume de decibéis de ruído, a impaciência dos idosos com as brincadeiras dos netos dos outros, as caretas que os rabinos mascaram em seus sorrisos enquanto tentam manter o cumprimento das exigências haláchicas, mantendo-se à liderança do tumulto nesta congregação frenética, quase furiosa, de sobreviventes de Haman (que seu nome seja apagado).


A FESTA

Como Purim é um feriado alegre, deve-se comer, beber e ficar contente, revivendo o incrível alívio de tensão que nossos ancestrais devem ter experimentado, motivo pelo qual a declararam “um dia de festa e satisfação”. Uma Seudá especial, ou “refeição festiva”, é feita no fim da tarde, as velas são acesas e toda a família senta-se para um jantar divertido, recordando o banquete no qual Ester buscou a anulação do mal decreto de Haman (que seu nome seja apagado) e onde come-se uma espécie de pastel com três pontas, cheio de ameixas secas ou sementes de papoula, que simboliza o chapéu que o Haman (que seu nome seja apagado) usava. (É a coisa mais próxima que existe a ter a sua cabeça!) Era costume, como nos dias inicias das Mishná, fazer um apelo comunitário especial em prol dos pobres em Purim, para que eles possam ter uma Seudá de Purim adequada.

O Talmud cita exemplos de júbilo extraordinário dos próprios sábios em Purim. Em algumas universidades talmúdicas ou Yeshivót, os alunos elegem um Rabino de Purim especial e se dedicam ao caos controlado de satirizar seus mestres de boa índole em poemas humorísticos e canções, enquanto preservam o respeito; de fantasiar-se, embora retendo a dignidade; de apresentar a “Torá de Purim”, aulas-trote que seus rabinos dão, mas, ainda assim, demonstram um aprendizado profundo. Em sua mais fina expressão é, de fato, um humor artístico único.


SHALACH MANOT ou MISHLÔACH MANOT

Cada pessoa envia “porções” a seu amigo. As “porções” consistem de presentes de comida e bebida. No mínimo, deve conter duas unidades de algum alimento cozido ou assado, geralmente incluindo Hamantashen e um doce ou bebida (suco, refrigerante ou vinho). Embora a obrigação mínima seja cumprida mandando-se tal presente para uma pessoa, é costume enviar-se Shalach Manot para todos os amigos próximos e rabinos de suas relações, e fazer as crianças trabalharem na entrega dos mesmos.


PRESENTES AOS NECESSITADOS

Cada pessoa deve dar para caridade a pelo menos duas pessoas ou causas necessitadas. Se onde a pessoa vive não houver pessoas pobres ou for impossível distribuir o dinheiro dos fundos naquele dia, o dinheiro deve ser deixado separado para posterior distribuição. Mesmo uma pessoa pobre que seja ele mesmo o objeto de caridade, deve dar algo também a outros.

Talvez o presente aos necessitados, demonstrado especialmente pelo presente que o pobre dá a outro pobre, é um modo brilhante pelo qual a tradição declara que, embora os jogos e a diversão sejam saudáveis, mesmo às custas de professores reverenciados e avós de barbas brancas, o sério empreendimento em ajudar os outros não tira férias, nem mesmo para celebrar o destronar da tirania e a oportunidade de respirar livremente mais uma vez.

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Neste ano, Purim cai no dia 5 de março. 
Na véspera, no dia 4, comparecemos à leitura da meguilá na sinagoga e no dia 5 novamente. 
Durante o dia 5, também, devemos cumprir os outros preceitos deste dia.

 

Texto extraído do livro Bem-vindo ao Judaísmo, de Maurice Lamm.
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